domingo, março 30



Zorba, o Grego é um dos filmes que mais admirei
na impressão que me causou, viveiro de inúmeras
ideias que nela se filiaram. Lembrei-me de o proclamar
porque vi no perfil da meg a inclusão deste filme
entre os seus preferidos! :) O que mais me tocou,
na estória e na representação de Anthonny Quinn,
foi a força anímica da personagem, a sua confiança
radical na vida, a ternura para com a dama envelhecida
no leito terminal, o envolvimento na acção mas com
a consciência lúcida de que a vida supera todas as obras,
demiurga que é do pensamento, da acção, do amor.

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sábado, março 29



Com o radar da sonda Cassini, os cientistas mapearam
cerca de 20% da superfície de Titã. Nesta porção,
detectaram-se várias centenas de lagos e oceanos.

Muitos desses "depósitos" possuem, cada um,
mais hidrocarbonetos líquidos
do que todas as reservas
de petróleo e gás
na Terra!

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sexta-feira, março 28

A Equação de Drake e as Civilizações Extraterrestres

Em 1960 a comunidade astronómica americana reuniu-se em Green Bank, no estado de West Virgínia, num encontro que serviu para criar as fundações da busca de civilizações extraterrestre, entre os quais o programa SETI, e lançar a pesquisa cientifica sistemática sobre a origem, formação e evolução de vida no universo.

O contributo do astrónomo Frank Drake viria a ficar famoso pois concebeu uma pequena e simples equação* que pudesse estimar, de modo razoável, quantas civilizações existiriam presentemente na nossa galáxia, o que justificaria as despesas de um programa com credibilidade científica, na busca sistemática destas. Tal aventura nunca seria realizada e apoiada financeiramente se o resultado de tal equação fosse apenas 1, pois indicaria que (provavelmente) existiríamos apenas nós em toda a Via Láctea. Frank Drake concluiu que pelo menos deveriam existir 10!

A equação de Drake, como ficou conhecida para a história, é baseada em grandezas obtidas na investigação das ciências sociais, biológicas e astronómica que, como exemplo podemos apresentar: quantas estrelas há na Via Láctea, que fracção delas podem ter planetas, que fracção de planetas apresentam condições para a vida, etc. Estas grandezas não são fáceis de obter e entre 1960 e os dias de hoje muito mais se aprendeu e áreas do conhecimento onde havia apenas estimativas teóricas que pareciam razoáveis são hoje objecto de estudo e medições apuradas, o que nos permite refazer o resultado de Drake e eventualmente refinar os termos que a equação original contém.

(*)

A Equação de Drake é formulada como segue:
N=R*xfpxnexflxfixfcxL
Onde:
N é o número de civilizações extraterrestres na nossa galáxia com as quais poderíamos ter hipóteses de estabelecer comunicação.
R* é a taxa de formação de estrelas na nossa galáxia.
fp é a fracção de tais estrelas que possuem planetas em órbita.
ne é o número médio de planetas que potencialmente permitem o desenvolvimento de vida/por estrela que tem planetas
fl é a fracção dos planetas com potencial para vida e que realmente desenvolvem vida
fi é a fracção dos planetas que desenvolvem vida inteligente.
fc é a fracção dos planetas que desenvolvem vida inteligente e que têm o desejo e os meios necessários para estabelecer contacto.
L é o tempo esperado de vida de tal civilização.
(Wikipédia)

Comunicado da OAL/FCL:

Nesta palestra faremos uma apresentação da envolvente que a equação de Drake tem e abrimos as portas a um ciclo de algumas palestras sobre cada um dos termos da equação. Assim, convidaremos cientistas especializados nos tópicos de cada termo da equação para explanarem o estado do conhecimento em cada caso e apresentarem o valor que hoje a ciência consegue atribuir a cada um deles. No final deste ciclo de palestras teremos uma moderna estimativa do que se pode esperar do espaço à nossa volta, quanto a civilizações inteligentes alienígenas.
É com enorme prazer que podemos anunciar que o OAL retoma a transmissão das suas Palestras Mensais através da Internet.
No dia 28 de Março a partir das 21h30 visite o seguinte endereço:

http://live.fccn.pt/oal/

e poderá assistir à videodifusão da palestra em epígrafe, feita pelo Prof. Rui Agostinho (FCUL/OAL/CAAUL).

Para mais informações use o telefone 213616730, ou consulte:
http://www.oal.ul.pt/palestras

Imagem: radiotelescópios do Projecto SETI (Search for Extraterrestrial Intelligence).

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quinta-feira, março 27

Encontrar um emprego em PORTUGAL

“O António, depois de dormir numa almofada de algodão (Made in Egipt), começou o dia bem cedo, acordado pelo despertador (Made in Japan) às 7 da manhã.
Depois de um banho com sabonete (Made in France) e enquanto o café (importado da Colômbia) estava a fazer na máquina (Made in Chech Republic), barbeou-se com a máquina eléctrica (Made in China).
Vestiu uma camisa (Made in Sri Lanka), jeans de marca (Made in Singapure) e um relógio de bolso (Made in Swiss). Depois de preparar as torradas de trigo (produced in USA) na sua torradeira (Made in Germany) e enquanto tomava o café numa chávena (Made in Spain), pegou na máquina de calcular (Made in Korea) para ver quanto é que poderia gastar nesse dia e consultou a Internet no seu computador (Made in Thailand) para ver as previsões meteorológicas. Depois de ouvir as notícias pela rádio (Made in India), ainda bebeu um sumo de laranja (produced in Israel), entrou no carro (Made in Sweden) e continuou à procura de emprego.

Ao fim de mais um dia frustrante, com muitos contactos feitos através do seu telemóvel (Made in Finland) e, após comer uma pizza (Made in Italy), o António decidiu relaxar por uns instantes.
Calçou as suas sandálias (Made in Brazil), sentou-se num sofá (Made in Denmark), serviu-se de um copo de vinho (produced in Chile), ligou a TV (Made in Indonésia) e pôs-se a pensar porque é que não conseguia encontrar um emprego em PORTUGAL...”

Claro que é uma anedota que circula por aí, mas é uma triste realidade. Praticamente não existe investimento, porque o Estado não cria incentivos (baixar o IRC e o IVA, combustíveis e electricidade mais barata para as indústrias e crédito mais barato, diminuição das despesas e demoras burocráticas …), não se criam novos postos de trabalho e prevalece o “lobby” do betão armado, que cria trabalho temporário. Mas enfim, já será alguma coisa, é preciso é que os grandes empreendimentos previstos arranquem e que se deixem de guerrinhas do “alecrim e da mangerona”.
Neste momento temos um governo de maioria PS. Um Governo a prazo, já que em 2009 não terá por certo essa maioria. Não por mérito da oposição, que praticamente não existe. Um PSD de “laranjinhas envergonhados” que viraram azuis e um PCP que desde 1974 passa o tempo a gritar “Governo para a rua”. O resto? O resto , são “peanuts”.
Não sou economista, leio jornais e vejo pouca TV. Mas a anedota não espelha também a tão propalada “Economia Global”?

quarta-feira, março 26

Urgente alteração ao Código da Estrada

No número deste mês da revista "acp" vem publicada uma carta do sócio Santana-Maia Loureiro que, pelo seu interesse , passo a transcrever:

"Imagine o leitor que circulava na EN 2 no sentido Lisboa - Portalegre, a 80 km/h. Imagine agora que, a determinada altura, embatia num veículo que se lhe atravessava à frente, saído de um dos muitos caminhos de terra batida que entroncam com a estrada nacional pelo lado direito. Caminho esse que não era visível da estrada e que não estava assinalado. Na sua opinião, de quem é a culpa do acidente?

Isso é o que o meu amigo pensa. Mas não é nem o que pensa o nosso legislador, nem o que pensam os nossos tribunais.
Segundo o Tribunal da Relação de Évora, "a disciplina legal vigente não estabelece qualquer presunção legal de que os caminhos de terra batida não assinalados que entroncam em estradas nacionais ou municipais são caminhos particulares e, como tal, os veículos procedentes devem ceder a passagem aos que circulam naquelas vias."

Ou seja, se o meu amigo circula por uma estrada nacional e quer cumprir as regras do Código da Estrada (CE), deve ceder a passagem a todos os veículos que se apresentem pela direita nos milhares de caminhos de terra batida que entroncam nas estradas nacionais. Sejam eles visíveis ou não da estrada nacional por onde circula e estejam ou não assinalados.
Ora, como todos reconhecemos, não há um único condutor em Portugal que, transitando por uma estrada alcatroada, pare para dar passagem a um veículo que se apresente pela sua direita, vindo de um caminho de terra batida. Sendo certo que, se parassem, arriscavam-se a causar graves acidentes provocados pelos veículos que seguiam à sua retaguarda.
Mas não param, pura e simplesmente, porque estão convencidos de que a regra da prioridade à direita não se aplica nestes casos. Uns pensam que, tal como em França, as estradas principais têm prioridade sobre as estradas secundárias; outros pensam que os caminhos de terra batida são os tais caminhos particulares a que se refere a alínea a) do nº1 do artigo 31º do CE. E o pior é que as autarquias pensam o mesmo, razão por que, salvo raríssimas excepções, só sinalizam estradas alcatroadas.


Assim, mantendo-se a regra da prioridade à direita mesmo relativamente a caminhos de terra batida, torna-se urgente alterar a lei, uma vez que é impossível sinalizar correctamente todos os caminhos de terra batida existentes em Portugal, para além de ser altamente dispendioso.
E já que o Governo pretende alterar o CE sugiro, com carácter de urgência, que da referida alínea a) do nº1 do artigo 31º passe a constar expressamente os "caminhos de terra batida", tanto mais que se trata de uma norma que todos os condutores já têm como certa."

terça-feira, março 25



Lavoisier

Na poesia,
Natureza variável
Das palavras,
Nada se perde
Ou cria,
Tudo se transforma:
Cada poema, no seu perfil
Incerto
E caligráfico,
Já sonha outra forma.

(Carlos de Oliveira in "Sobre o Lado Esquerdo")

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segunda-feira, março 24

Poesia... ao vivo...

Não sei se a nossa amiga viu este rapaz em Bruxelas.

Se não viu, vai ver...
Não resisto a partilhar este senhor convosco.

David Sylvian...

domingo, março 23

DOMINGO DE PÁSCOA


A Páscoa é sempre no primeiro Domingo depois da primeira lua cheia depois do equinócio de Primavera (20 de Março).
Esta datação da Páscoa baseia-se no calendário lunar que o povo hebreu usava para identificar a Páscoa judaica, razão pela qual a Páscoa é uma festa móvel no calendário romano.
Este ano a Páscoa acontece mais cedo do que qualquer um de nós irá ver alguma vez na sua vida!
E só os bem mais velhos da nossa população viram uma vez uma Páscoa tão temporã (mais velhos do que 95 anos!).
1) A próxima vez que a Páscoa vai ser tão cedo como este ano (23 de Março) será no ano 2228 (daqui a 220 anos).
A última vez que a Páscoa foi assim tão cedo foi em 1913.
2) A próxima vez que a Páscoa será um dia mais cedo, 22 de Março, será no ano 2285 (daqui a 277 anos).
A última vez que foi em 22 de Março foi em 1818. Por isso, ninguém que esteja vivo hoje, viu ou irá ver uma Páscoa mais cedo do que a deste ano.

Aproveito a oportunidade para desejar um bom Domingo de Páscoa !

(Enviado por “bluegift”)

sexta-feira, março 21

Assim vai o ensino por cá

Assisti ontem em directo pela TV a um espectáculo inconcebível numa sala de aulas. Hoje as fotos vêm estampadas pelo menos num dos jornais diários.
Vão dizer-me que nos EUA ainda é pior, porque os alunos matam a tiro colegas e professores, ou que é o mesmo por essa Europa fora.
Isso não me interessa.
O que eu sei é que uma menina e toda uma turma, que nada fez para impedir aquele vergonhoso espectáculo, anda a estudar à minha custa e à de vós que me lêem (se, por acaso, alguém me lê ...) com os nossos impostos e eu não estou para isso e exijo um inquérito levado a sério e punições exemplares, além de querer ser informado das conclusões do mesmo, o que,normalmente, nunca acontece.

Segundo escreve Clara Ferreira Alves no seu artigo “A Justiça criminosa”, publicado no “Expresso”:

“apesar de termos acesso em tempo real ao maior número de notícias de sempre, continuamos sem saber nada, e esperando nunca vir a saber com toda a naturalidade. Em todos os casos como este, e noutros bem piores, a verdade a que tivemos direito foi nenhuma. Os portugueses, na sua infinita e pacata desordem existencial, acham tudo "normal" e encolhem os ombros.”

quarta-feira, março 19



São os votos da equipa do v/blog.

Para todos os amigos/as que nos visitam, que nos lêem, que nos comentam, que nos escrevem, que nos telefonam...
É tempo de convívio, de reflexão, de fé e de amor.

terça-feira, março 18

Posso continuar com ana hatherly?
Alguma ironia sobre o modo de
'apropriação' do in-finito?
Digam: sim! :)
Então, seja:



Era uma vez uma serpente infinita. como era infinita
não havia maneira de saber onde estava a sua cabeça.
de cada vez que se lhe tirava uma vértebra
não fazia falta nenhuma. podia-se mesmo
parti-la deslocá-la emendá-la.
ficava sempre infinita.

quem quisesse levar-lhe um bocado para casa podia pô-lo
na parede e contemplar um fragmento de serpente infinita.

:)
ana hatherly, 463 tisanas,
Quimera, 2006, # 68

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domingo, março 16

As medidas cósmicas de tempo, comprimento, massa e temperatura

Acabei de ler com o maior agrado o livro "Crónicas dos átomos e das galáxias", do meu autor preferido: Hubert Reeves. Foi publicado em Janeiro pela Gradiva e é a tradução de "Chroniques des atomes et des galaxies", publicado pelas "Éditions du Seuil" o ano passado.
Trata-se portanto de uma obra recente deste cientista respeitado e extraordinário comunicador que é Hubert Reeves e são textos breves do autor, transmitidos quinzenalmente e segundo parece com grande sucesso, pela rádio "France Culture" entre 2003 e 2006.
Esses textos, escritos numa linguagem muito acessível, foram reunidos num livrinho de 200 páginas e falam-nos deste universo que nos engendrou.
"De onde vimos e como surgimos?"

É portanto deste livro e do capítulo acima, que eu tomei a liberdade de extrair um texto que transcrevo:

"O físico Max Planck queria definir uma unidade de tempo que não estivesse ligada a um fenómeno local, como o está, por exemplo, o ano, que se reporta exclusivamente à Terra e ao Sol. Conseguiu-o ao referir-se a propriedades fundamentais do cosmos: a gravidade, a física quântica e a velocidade da luz. Esta unidade, chamada "o tempo de Planck", desempenha um papel fundamental em toda a física e em cosmologia. O seu valor é de 10^-43 segundos.
Esta unidade serve para definir outras unidades fundamentais da natureza:

- O comprimento de Planck é a distância que a luz percorre durante o tempo de Planck. Esta distância é aproximadamente mil triliões de triliões de vezes mais pequena que o raio dos protões. Tem cerca de 10^-33 centímetros.
- A massa de Planck: ainda a partir destas propriedades da matéria, pode definir-se uma unidade de massa. Obtêm-se cerca de 40 microgramas. Não é uma unidade assim tão pequena à nossa escala: os pequenos grãos de areia têm mais ou menos esta massa.
- A temperatura de Planck: é de 100 triliões de triliões de triliões de graus (10^32 graus), ou seja, milhares de milhares de milhões de graus mais elevada que a temperatura das estrelas mais quentes.

Que sentido podemos dar a estas unidades? Façamos a seguinte pergunta: “Será possível dividir o espaço em unidades cada vez mais pequenas: milímetro, mícron, nanómetro, etc.?” Em princípio, nada o impede.
Mas que sentido prático poderá isto ter? Poderão existir partículas assim tão pequenas? Poderão alguns acontecimentos ser confinados em espaços tão restritos? Ou haverá um limite concreto para a divisão do espaço? E um limite para a divisão do tempo?”

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sexta-feira, março 14

Sporting garantiu lugar nos quartos de final ao vencer o Bolton por 1-0


13 de Março de 2008, 23:08

O Sporting "conquistou hoje uma vitória". É assim que Paulo Bento responde ao resultado obtido hoje pelos leões frente a um Bolton que mal conseguiu mostrar o seu futebol. Para o treinador do Sporting, a segunda parte correu melhor do que a primeira. Para Paulo bento, o tipo de jogo que o Bolton trouxe a Alvalade "já era esperado". Por tudo isso, "não nos surpreendeu com a sua forma de jogar", garantiu Paulo Bento.Sobre o próximo adversário do Sporting, Paulo Bento diz não estar "preocupado com o adversário que vai sair ao Sporting". O adversário que nos calhar, adianta, vai encontrar uma equipa com vontade e preparada para disputar 180 minutos com vista à passagem à próxima fase".

Pereirinha, o marcador do golo aos 84 minutos de jogo, explicou que resultou de "um momento de inspiração que demonstra alguma confiança". Depois de simular um cruzamento, "decidi avançar e rematar para o poste mais longe", explica o jogador leonino. O resultado foi um golo que acabou por carimbar a passagem do Sporting aos quartos de final da Taça UEFA. Pereirinha referiu ainda que a equipa "vai fazer os possíveis para fazer um jogo frente ao próximo adversário" sem mencionar preferências pelo seu oponente na próxima fase.Pereirinha garante que a equipa "jogou com confiança".É um orgulho para o Sporting "sermos a equipa portuguesa na Europa e vamos trabalhar para fazer o melhor possível", disse ainda Pereirinha. Sobre a prestação no Campeonato Nacional, Pereirinha diz que a "equipa parece que tem estado com mais personalidade nas competições europeias, mas a verdade é que encara os jogos todos de forma igual. Umas vezes as coisas saem melhor, por sorte ou por mérito, mas a verdade é que tenta ganhar todos os jogos"
(Da imprensa)

É um post só para quem gosta de futebol como eu, e só para quem é sportinguista, como eu.
Peter

quinta-feira, março 13

A propósito de Pessoa ...

A mim que sou um ignorante e quase um analfabeto em termos de poesia, expliquem-me, por favor, o motivo porque Fernando Pessoa só começou a ser mais divulgado e conhecido, após o 25 de Abril de 1974. Ele, que até nem se pode considerar como tendo sido um opositor ao regime de então.

Vergílio Ferreira, no seu livro "conta corrente 1", diz a respeito dele, em 15 de Dezembro de 1969:

" ... seria interessante um confronto sistemático de Pessoa com Eça, de quem ele disse muito mal e em cujos bolsos meteu às vezes a mão. Por exemplo, é citada até à náusea a frase de Pessoa: “a minha pátria é a língua portuguesa”. Mas isto está na carta IV do “Fradique: Na língua verdadeiramente reside a nacionalidade”. As graves questões da vida pode Pessoa propô-las, quando as propõe, sem o risco de “sentimentalidade”, porque a cabriola com que as propõe lhes retira a “seriedade”. Pessoa desune as coisas e situações mais simples, dando sempre uma volta imprevista quando avança para elas. O que é frequente nele é não dizer nada de novo, excepto no que há de imprevisto e desmultiplicado na maneira de dizer ..."

Pois, pois, eu sei que não gostam de Vergílio Ferreira, mas o que querem (?) foi ainda meu professor e não posso esquecer que ele nos lia nas aulas uma das suas primeiras obras “Vagão J”, então já apreendida pela censura.

Não era uma pessoa simpática, mas tal nunca obstou a que nos tratasse como alunos, com o maior profissionalismo e urbanidade. E foi, não podemos esquecer, um dos melhores cultores da língua portuguesa.
Teve a ousadia de naquele período louco pós - Abril 74, enfrentar a “rebaldaria” que se vivia nas aulas e que, pelos vistos, ainda continua …
Era o período em que dominava o PCP e aí temos um opositor ao regime a ser vítima de muitos “vira-casacas” da época.

Isto faz-me lembrar a atitude deste Partido agora vinda a público, em querer avocar os louros da manifestação dos professores, que verifico com satisfação estar a ser resolvida com “flexibilidade” e “bom senso”, que teve a participação de quase toda uma “classe”, pela primeira vez unida e em que muitos/as dos/as participantes, a pesar da sua idade e dos muitos anos de Ensino, ser a primeira vez que tomaram tal atitude que não foi, talvez na esmagadora maioria dos casos, ditada por motivos de ordem política.

quarta-feira, março 12

Melros e pombos

Gosto imenso de melros, aprecio a sua esperteza e a rapidez com que se escondem, ao mesmo tempo que emitem aquele som zombeteiro, como se se estivessem a rir de nós, pobres pedestres, sujeitos à gravidade que nos mantém presos ao solo. Na próxima reencarnação gostaria de ser melro.
Os melros, como toda a gente sabe, são negros e de bico amarelo, já as fêmeas são menos encorpadas, as suas penas são de um negro menos retinto e o bico não é amarelo. Vivem em casais, pois são monogâmicos.
Sei isso dos meus tempos de rapaz, quando errava pelos campos com a minha fisga, à caça de pardais. Andava quilómetros e, ao fim do dia, sempre conseguia trazer 2 ou 3 com os quais me banqueteava.
Mas os melros foram sempre o meu "inimigo" invencível. Nunca consegui caçar nenhum e nem sequer permitiam a minha aproximação, fugindo e "rindo-se" de mim.
Por isso sempre tive por eles uma admiração muito especial. Eram, por assim dizer, "inimigos/amigos de estimação".

Vejo, com satisfação, que por esta Lisboa o seu número tem vindo a aumentar. Tornaram-se menos desconfiados (mas sempre alerta) e encontramo-los por esses jardins, dos poucos que ainda existem na cidade e que ainda não foram devorados pela cega especulação imobiliária.

Tenho a sorte de viver num local onde os ouvia assobiar ao nascer do sol, como se saudassem o novo dia. Havia por aqui bastantes casais.
Depois a zona começou a ser invadida pelos pombos, houve uma redução drástica da sua presença e o assobiar dos melros foi substituído pelo arrulhar monótono daqueles.
Sempre detestei pombos, principalmente a partir do dia em que um deles me estragou irremediavelmente um blusão de que muito gostava.
Propagam doenças, estragam os monumentos da cidade e, como estão sempre com diarreia, sujam a roupa que está estendida a secar. Adoptei o estratagema de pendurar na varanda, com fio de nylon, CDs estragados. Tem resultado. Com o reflexo do sol e o facto de oscilarem por estarem pendurados, a luz afasta-os.
Como me queixei ao Presidente da Junta de Freguesia, fui visitado por um funcionário da CML que me disse que estavam procurando apanhá-los e mantê-los um tempo em gaiolas, alimentados por milho adicionado a um produto que os impedia de se reproduzirem.



O pior é que, alimentados com pão atirado pelas senhoras idosas e viúvas que por aqui habitam e não só, como se pode ver na foto (oh senhor, por favor não dê milho aos pombos) o seu número tem vindo a aumentar e eles pavoneiam-se com aquele peito emproado, numa pose que me faz lembrar a dos nossos políticos.

A diferença é que os pombos ainda se vão contentando com migalhas…

(Foto GOOGLE)

terça-feira, março 11


«Era uma vez uma ausência
que andava em missão de viagem.

Quando chegava a uma encruzilhada
dava três voltas sobre si própria
para perder por completo
a noção do caminho
por onde viera

atingindo assim com regularidade
as regiões efémeras do esquecimento.


Depois regressava a casa.»

:)


ana hatherly, 463 tisanas,
Quimera, 2006, #72

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segunda-feira, março 10

RUBAIYAT


Rubaiyat 26

”O vasto mundo: um grão de poeira no espaço.
Toda a ciência dos homens: palavras.
Os povos, os animais e flores dos sete climas: sombras.
O resultado da tua perpétua meditação: nada.”


Rubaiyat 141

“Contenta-te em saber que tudo é mistério:
a criação do mundo e a tua, o destino do mundo e o
teu.
Sorri desses mistérios como de um perigo que
desprezasses.
Não creias que saberás alguma coisa quando
franqueares a porta da Morte.
Paz aos homens no negro silêncio do Além.”


RUBAIYAT 164

“Pobre homem, nunca saberás nada.
Não explicarás nunca um só dos mistérios que nos
rodeiam.
Já que as religiões te prometem o Paraíso
toma o cuidado de criar um para ti, sobre a Terra,
porque o outro talvez não exista.”

(Omar Khayyam)

NOTAS
“Rubaiyat é o plural da palavra persa “ruba’i” e é um poema sintético que faz parte da renovação da poesia persa, operada nos sécs XII e XIII.
Omar Khayyan era um homem de grande cultura e sabedoria, que viveu entre 1048 e 1123.

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domingo, março 9

Dores de cabeça

Uma mulher tinha a pior dor de cabeça crónica e como último recurso procurou um médico especialista:
-"Doutor, eu já tentei de tudo, mas esta dor de cabeça não desaparece", disse ela.

O médico retrucou: "Você veio ao lugar certo! Eu quero que você faça o seguinte: vá para casa, olhe-se ao espelho, coloque os dois indicadores nas suas têmporas e diga repetidamente o seguinte:
- "A minha dor de cabeça não é real... A minha dor de cabeça não é real...
- Faça isso até que a dor de cabeça desapareça".

A mulher deixou o consultório, porém curiosa ao mesmo tempo.
Já no elevador ela colocou-se de frente para o espelho, colocou os dois dedos nas têmporas e começou:
- "A minha dor de cabeça não é real … A minha dor de cabeça não é real… A minha dor de cabeça não é real… A minha dor de cabeça não é real…

Quando acabou de dizer a frase pela quarta vez ela deu-se conta de que a dor de cabeça tinha desaparecido.
Aturdida e maravilhada, ela voltou de seguida ao consultório.
- "Doutor, o senhor é um génio! Posso encaminhar-lhe o meu
marido? Ele está com uns certos problemas... como será que posso dizer...?"
-"Quando foi a última vez que vocês fizeram sexo?".
-"Há mais ou menos oito anos", disse ela.
-"Então mande-o aqui", disse o médico.

Uns dias depois, já respirando sedutoramente, ela aguardava que o marido regressasse da visita ao médico.

Assim que ele chegou, empurrou-a para o sofá e amou-a de forma selvagem e apaixonadamente.
Quando terminou foi directamente para a casa de banho.
Mais alguns minutos e eis que ele regressa, atiçado na sua libido, recomeçando como um jovem insaciável.
Depois de outra hora de sexo magistral, ele tranca-se novamente na casa de banho.
Por esta altura a esposa estava irremediavelmente curiosa.
Andando na ponta dos pés, ela foi até à porta da casa de banho, agachou-se e, pelo buraco da fechadura, viu o marido encarando o espelho, com os dois dedos nas têmporas, repetindo:
"Esta mulher não é a minha … Esta mulher não é a minha… Esta mulher não é a minha…

(origem desconhecida, foto GOOGLE)

sexta-feira, março 7

O não-professor do ano

Faço projectos, planos, planificações;
Sou membro de assembleias, conselhos, reuniões;
Escrevo actas, relatórios e relações;
Faço inventários, requerimentos e requisições;
Escrevo actas, faço contactos e comunicações;
Consulto ordens de serviço, circulares, normativos e legislações;
Preencho impressos, grelhas, fichas e observações;
Faço regimentos, regulamentos, projectos, planos, planificações;
Faço cópias de tudo, dossiers, arquivos e encadernações;
Participo em actividades, eventos, festividades e acções;
Faço balanços, balancetes e tiro conclusões;
Apresento, relato, critico e envolvo-me em auto-avaliações;
Defino estratégias, critérios, objectivos e consecuções;
Leio, corrijo, aprovo, releio múltiplas redacções;
Informo-me, investigo, estudo, frequento formações;
Redijo ordens, participações e autorizações;
Lavro actas, escrevo, participo em reuniões;
E mais actas, planos, projectos e avaliações;
E reuniões e reuniões e mais reuniões!...
E depois ouço,
alunos, pais, coordenadores, directores, inspectores,
observadores, secretários de estado, a ministra
e, como se não bastasse,
outros professores e a ministra!...
Elaboro, verifico, analiso, avalio, aprovo;
Assino, rubrico, sumario, sintetizo, informo;
Averiguo, estudo, consulto, concluo,
Coisas curriculares, disciplinares, departamentais,
Educativas, pedagógicas, comportamentais,
De comunidade, de grupo, de turma, individuais,
Particulares, sigilosas, públicas, gerais,
Internas, externas, locais, nacionais,
Anuais, mensais, semanais, diárias e ainda querem mais?
- Que eu dê aulas!?...

(origem desconhecida – desenho do GOOGLE)

quinta-feira, março 6

“Ecos de luz” melhoram as medições das distâncias extragaláticas

Medir a distância que nos separa de um objecto astronómico é uma tarefa extremamente árdua. Se para estrelas que se encontram próximas de nós esta tarefa pode ser realizada geometricamente usando a “paralaxe terrestre”, para objectos mais distantes, como as galáxias, não existe nenhuma forma directa de o fazer. Deste modo, os métodos utilizados baseiam-se em processos indirectos, sendo um dos mais importantes a chamada “relação período-luminosidade” (PL) das estrelas cefeidas.
As cefeidas são estrelas gigantes e extremamente luminosas que pulsam de forma regular. Devem o seu nome à estrela δ da constelação do Cefeu, a primeira deste tipo a ser descoberta.
Desde o início do século XX que se sabe que o “período desta variação” é proporcional à “luminosidade” da estrela. Assim, conhecido o “período”, podemos deduzir o seu “brilho absoluto”, e medindo o “brilho relativo” (magnitude da estrela observada na Terra), podemos deduzir a distância a que a cefeida se encontra.
Contudo, as incertezas que ainda existem na relação “período-luminosidade” das Cefeidas fazem com que as medições diminuam de exactidão à medida que aumenta a distância que se está a estimar, pelo que é fundamental uma calibração o mais precisa possível, para que a nossa escala de distâncias extragalácticas esteja correcta.

O estudo agora efectuado com o auxílio do "New Technology Telescope" do ESO (European Southern Observatory) centrou-se na estrela RS Pup, uma estrela Cefeida localizada na direcção da constelação da Popa (Puppis). Em comparação com o Sol, a RS Pup possui 10 vezes mais massa, é 200 vezes maior e, em média, 15 mil vezes mais luminosa e é a única Cefeida conhecida que se encontra numa grande nebulosa, constituída por poeiras muito finas que reflectem parte da luz emitida pela estrela.
A presença da nebulosa permite aos astrónomos observar "ecos de luz" e fazer uso destes para medir, de uma forma puramente geométrica, a distância à estrela.

O intervalo de tempo que a luz da estrela leva a viajar até um grão de poeira da nebulosa e de seguida para o telescópio, é ligeiramente maior que o intervalo de tempo que a luz demora a viajar directamente da estrela até ao telescópio. Isto faz com que numa medição do brilho de uma porção isolada da nebulosa, se obtenha uma curva de brilho com a mesma forma que a da Cefeida, embora desfasada no tempo. Este desfasamento é designado por "ECO DE LUZ", por analogia com o eco originado pela reflexão das ondas de som.




Na imagem, podemos ver (a azul) o raio de luz reflectido por uma porção brilhante da nebulosa e o raio de luz que chega ao telescópio proveniente directamente da estrela (a branco). Com as mesmas cores, podemos ver no canto inferior direito da imagem as respectivas curvas de luz da porção da nebulosa e da estrela.

A distância das porções mais brilhantes da nebulosa à estrela é o atraso temporal a que aludimos acima, multiplicado pela velocidade da luz.
Com o conhecimento desta distância e da separação aparente no céu entre a estrela e as porções da nebulosa observadas, os astrónomos puderam determinar a distância à RS Pup.

Após a observação e medição dos "ecos" de várias porções da nebulosa, a distância da Terra à RS Pup foi determinada como sendo de 6500 anos-luz, com um erro de mais ou menos 90 anos-luz.
Esta medição é muito importante pois é puramente geométrica, não se baseia em hipóteses acerca da física que envolve as estrelas em si e o seu elevadíssimo grau de precisão ajuda a calibrar melhor a relação “período-luminosidade” das Cefeidas e, consequentemente, a MELHORAR A DETERMINAÇÃO DE DISTÂNCIAS A OUTRAS GALÁXIAS.

(Adaptação do ASTRONOVAS, publicação do OAL/FCL)

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quarta-feira, março 5

Políticos

Um político, que estava em plena campanha, chegou a uma pequena cidade, subiu num caixote e começou o seu discurso:
- Compatriotas, companheiros, amigos! Encontramo-nos aqui, convocados, reunidos ou ajuntados, para debater, tratar ou discutir um tópico, tema ou assunto, o qual é transcendente, importante ou de vida ou de morte. O tópico, tema ou assunto que hoje nos convoca, reúne ou ajunta, é a minha postulação, aspiração ou candidatura a Presidente da Câmara deste Município.
De repente, uma pessoa do público pergunta:
- Ouça lá, porque é que o senhor utiliza sempre três palavras, para dizer a mesma coisa?
O candidato respondeu:
- Pois veja, meu senhor: A primeira palavra é para pessoas com nível cultural muito alto, como poetas, escritores, filósofos, etc.. A segunda é para pessoas com um nível cultural médio, como o senhor e a maioria dos que estão aqui. E a terceira palavra é para pessoas que têm um nível cultural muito baixo, pelo chão, digamos, como aquele bêbado, ali jogado na esquina.
De imediato, o bêbado se levantou, cambaleando, e respondeu:
- Senhor postulante, aspirante ou candidato! (hic) O facto, circunstância ou razão pelo qual me encontro (hic) num estado etílico, bêbado ou mamado (hic), não implica, significa, ou quer dizer que o meu nível (hic) cultural seja ínfimo, baixo ou, mesmo, ralé hic). E com todo o respeito, estima ou carinho que o Sr. me merece (hic) pode ir agrupando, reunindo ou ajuntando (hic) os seus pertences, coisas ou bagulhos (hic) e encaminhar-se, dirigir-se ou ir diretinho (hic) à leviana da sua genitora, à mundana da sua mãe biológica ou à p… que o pariu!

(proveniência desconhecida – imagem do GOOGLE)

terça-feira, março 4

Que fazer…?

Leio o jornal e sinto as lágrimas teimarem. Eu reprimo-as. Não valem a pena, não valem de nada e um homem não chora.
Este país, que sempre viveu no limbo da miséria (a de muitos que vêem uns poucos alimentarem-se da sua miséria), está a um passo daquele abismo sem regresso.

Hoje mata-se e morre-se a troco de uns trocos, a troco de nada. A troco de qualquer coisa indefinida, apenas porque não se têm respostas, às vezes já nem se têm perguntas.

Há dias um tipo mandou-se daqui perto, do miradouro que serve para olhar Lisboa e vê-la em toda a sua luz.
Ontem, anteontem, e antes, desde há tempos, morreram miúdos à porta de discotecas, mulheres à saída de casa, namorados que se amam dentro de carros.

Que é feito do país onde se podia fazer amor no areal de qualquer praia, junto ao aroma do mar?
Que foi feito deste país, onde se saía à noite (que digo eu? Ao fim de tarde até…), sem temores, para beber um copo, namorar em qualquer jardim, em qualquer banco junto ao rio?

Alguém, que somos nós, deixou que este país se destroçasse.
Que fazer agora? Como tornar esta irreversibilidade em viagem de retorno à única coisa que nos fazia gostar de cá viver?
A paz.


(Foto: Alfredo Almeida Coelho Cunha)

segunda-feira, março 3



«As folhas da bananeira são suficientemente amplas
para ocultarem uma paixão. Quando expostas às
intempéries recordam-me ora a cauda ferida de
uma fénix ora um leque verde rasgado pelo vento.
A bananeira floresce. Todavia as suas flores nada
têm de atraente. O mesmo acontece com o tronco
enorme. Talvez por isso a bananeira acabou por
conquistar o meu coração. Sento-me debaixo dela
enquanto o vento e a chuva a fustigam.»

Matsuo Bashô, O gosto solitário do orvalho,
Assírio & Alvim, Lisboa, 2003, p. 15

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domingo, março 2

É proibido fumar


sábado, março 1

Mecânica Quântica

Imagine o leitor (neste caso eu]) que queria compreender verdadeiramente a mecânica quântica.
Há uma base matemática que é necessário adquirir primeiro. O domínio de cada subdisciplina matemática conduzi-lo-á ao limiar da segunda. Assim terá de aprender sucessivamente aritmética, geometria euclidiana, álgebra ao nível do Secundário, cálculo diferencial e integral, equações diferenciais ordinárias e parciais, cálculo vectorial, certas funções especiais da física matemática, álgebra matricial e teoria dos grupos. Para a maioria dos alunos de Física, isto é o suficiente para os ocupar desde o 3º ano do ensino básico até à licenciatura.
Este itinerário de estudos não envolve a aprendizagem da Mecânica Quântica, mas apenas a aquisição do quadro matemático necessário para a abordar de uma forma aprofundada.

A tarefa do divulgador de ciência que tenta transmitir uma ideia da Mecânica Quântica a um público que não passou pelos ritos de iniciação, é desencorajante.
Na realidade, na minha opinião, não existem boas divulgações da Mecânica Quântica – em parte por esta razão:
- estas complexidades matemáticas são agravadas pelo facto de a teoria quântica ser absolutamente anti-intuitiva. O senso comum é quase inútil para a abordar.

“Não serve de nada (disse uma vez Richard Feynman) perguntar por que razão as coisas são assim. Ninguém sabe. É assim que as cosas são e pronto.”

(Carl Sagan, “Um mundo infestado de demónios”)

Por mim passo ...