quinta-feira, dezembro 31

NOVO ANO


Os colaboradores do blogue vêm agradecer a amizade com que nos têm distinguido, honrando-nos com a vossa presença e com os vossos comentários, desculpando os nossos lapsos e perdoando textos muitas vezes “intragáveis”. É o que se pode arranjar.

Que 2010 seja melhor, o que não acredito. Vamos pois fazer uma grande farra na passagem do ano e apanhar um grande “pifo”, pois sabe-se lá o que nos espera.

Como não somos exigentes e já estamos habituados às “benesses”, contentamo-nos com pouco:

- Saúde e muita, muita paciência…

quarta-feira, dezembro 30

Mau tempo: a tempestade chegou a todo o lado



“Resgates heróicos, estradas cortadas, casas inundadas, ávores arrancadas. A Protecção Civil e os bombeiros de Norte a Sul do país não tiveram mãos a medir por causa do mau tempo. Ontem, Portugal acordou com o Instituto de Meteorologia a colocar sob aviso laranja 15 distritos, devido à previsão de chuva e vento forte. Durante o dia, chegaram a estar cortadas 11 estradas por causa de inundações - cinco em Aveiro, duas em Beja e em Faro e uma em Viseu e em Lisboa.
A forte agitação marítima levou ao encerramento à navegação de sete barras. O distrito de Santarém activou o Plano de Especial de Emergência para Cheias no Tejo, perante o risco de inundações da região, que está em alerta azul e o mau tempo também fez estragos no Algarve. O parque de estacionamento do Fórum Algarve ficou inundado, à semelhança do que aconteceu no aeroporto de Faro. No Norte, em Peso da Régua, o Douro chegou a subir quatro metros e atingiu várias lojas e comércios. A tempestade também chegou à política, com Capoulas Santos (PS) e Paulo Rangel (PSD) a trocarem acusações, por causa dos estragos provocados pelo mau tempo na zona Oeste. O alerta amarelo da Protecção Civil, o segundo menos grave de uma escala de quatro, deve manter-se pelo menos até ao dia 2 de Janeiro.”

( Rosa Ramos, Jornal “i”, Publicado em 30 de Dezembro de 2009 )

Uma palavra amiga para todos os que foram afectados nos seus bens (63 milhões € de prejuízos) e na sua vida familiar, sofrendo na pele um Natal para esquecer.

terça-feira, dezembro 29

Portugueses gastaram 380 milhões num só dia


"A crise não travou as compras de Natal dos portugueses que, entre levantamentos e pagamentos com cartão, fizeram o Multibanco bater novos recordes. Só no dia 23 de Dezembro, gastaram-se cerca de 264 mil euros por minuto."


(LUCÍLIA TIAGO in “Jornal de Notícias”)


Afinal parece que não estamos assim tão mal e ainda bem. Seria preferível comprar produtos portugueses, assim só beneficiamos os grandes espaços comerciais que vendem largamente os produtos "made in China" e "made in Taiwan".
Os nossos políticos bem podiam dar o exemplo, fazendo férias em Portugal, enfim eles lá sabem. Mas com os temporais que se têm abatido sobre o Continente e Ilhas, causando prejuízos de dezenas de milhões de Euros e lançando na miséria mais uns milhares de portugueses, estes talvez apreciassem uma presença amiga de um alto dirigente, governamental, ou pelo menos partidário.
Não é só ir até eles em altura de eleições, em busca de votos. É no infortúnio que se conhecem os verdadeiros amigos.

segunda-feira, dezembro 28

Assim não há troca de receituário

Numa pequena cidade do interior, uma mulher entra numa farmácia e diz ao farmacêutico:

- Por favor, quero comprar arsênico.
- Mas eu não posso vender isso assim! Qual é a finalidade?
- Matar o meu marido!!!
- Para este fim então, piorou... Não posso vender-lhe!!!
A mulher abre a bolsa e tira uma fotografia do marido na cama com a mulher do farmacêutico.
- Ah! bom!... COM RECEITA É OUTRA COISA!!!

(recebida por e-mail)

quarta-feira, dezembro 23

Que tenham um Bom Natal!


Tudo de melhor para vós, vossas famílias e vossos amigos!

terça-feira, dezembro 22

Buraco: 1,6 milhões de Euros/hora


O buraco das contas públicas atingiu os 13,071 mil milhões de € em Novembro, valor que mais do que duplicou face aos primeiros 11 meses de 2008 (6,16 mil milhões). O défice do Estado absorve cerca de 39 milhões/dia, o equivalente a 1,6 milhões/hora, mostram dados da Direcção Geral do Orçamento, ontem divulgados.
A justificação para a derrapagem é dada, em parte, pela despesa, que subiu 4,6% face ao período homólogo. Mas a maior fatia de responsabilidades cabe às receitas que diminuíram 13,9% face aos primeiros 11 meses de 2008.

Entretanto vamo-nos distraindo com as “tricas” entre o PR e o 1º Ministro, ou fazemos como a avestruz.

domingo, dezembro 20

Natal cinzento


“Entramos na semana do Natal e o frio gela caminhos, vilas, cidades e serranias, mas um frio ainda mais cortante está a entrar pelas frinchas das portas e janelas de muitas mais casas. O frio que resulta de sonhos arruinados, de empregos perdidos, de falta de sentido para a vida que se vê barrada pela crise, que atira para a miséria envergonhada ou despida de preconceitos, centenas de milhares de famílias. (…) Daí que Cavaco Silva esteja carregado de razão. Num momento tão duro, prenunciando dramas ainda maiores, não pode deixar de haver uma escala de prioridades de preocupações e, no topo, não há lugar para outro debate que não seja como vencer o desemprego, atacar o problema da dívida, investir todos os esforços para aumentar a produtividade e a competitividade. (…)”

(Francisco Moita Flores, Correio da Manhã” de 20/12/2009)

Sem partidarismos, o meu apreço pelas declarações de Jerónimo de Sousa, dando razão ao Presidente.

Com esperança, o desejo de que para cada um de vós o Natal seja o melhor possível. Infelizmente nem o convívio com a família será viável: imigrantes obrigados a buscar o pão lá fora, estudantes que não tiveram entrada nas nossas Universidades, militares destacados em teatros de operações que nada nos dizem.

Com descrença em 2010.

sexta-feira, dezembro 18

Faltam 2 dias para acabar, e a Conferência histórica de Copenhague está falhando.

Chefes de Estado já estão nas horas finais de negociação. O Primeiro Ministro do Reino Unido apelou directamente para a Avaaz gerar uma onda de pressão pública por um acordo que impeça o aquecimento catastrófico de 2 graus.
Clique abaixo para assinar a petição por um acordo para valer se você já assinou encaminhe este alerta. A campanha já conseguiu o número surpreendente de 11 milhões de apoiantes -- e temos só 48 horas para fazer a maior petição da história!
O nome de cada pessoa que assinou está sendo lido dentro do centro de conferência -- assine abaixo e encaminhe este alerta para todo mundo!
http://www.avaaz.org/po/save_copenhagen

Estamos fazendo história em Copenhague. Um grupo de jovens sentou no meio do encontro e começou a ler o nome de todos que assinaram a petição por um acordo para valer. Inspirados por esta acção, um outro grupo está fazendo a mesma coisa no escritório do Primeiro Ministro do Canadá, e um outro no Departamento de Estado dos EUA! Estão circulando rumores que outras acções do tipo estarão acontecendo hoje e amanhã.
Em uma conferência por telefone de emergência com 3000 membros da Avaaz ontem, o Primeiro Ministro do Reino Unido Gordon Brown disse:
"O que vocês estão fazendo ao redor do mundo pela Internet é absolutamente fundamental para definir a agenda (das negociações). Nas próximas 48 horas, não subestime o efeito das suas acções nos líderes aqui em Copenhague."
Antes disso, milhões assistiram pela televisão a vigília da Avaaz dentro da conferência onde o Arcebispo Desmond Tutu disse para centenas de delegados e crianças reunidas:
"Marchamos em Berlim e o muro caiu."Marchamos pela África do Sul e o apartheid caiu."Marchamos em Copenhague - e vamos conseguir um Acordo para Valer.".”

Copenhague busca o maior mandato da história para deter a maior ameaça que a humanidade já enfrentou. A história será escrita nas próximas 48 horas. Como nossos filhos vão se lembrar deste momento? Vamos lhes dizer que fizemos tudo o que podíamos. http://www.avaaz.org/po/save_copenhagen

Com esperança e determinação,Ricken, Alice, Ben, Paul, Luis, Iain, Veronique, Graziela, Pascal, Paula, Benjamin, Raj, Raluca, Taren, David, Josh e toda a equipe Avaaz

quarta-feira, dezembro 16

Lei n.º 5/2006 de 23 de Fevereiro


Publicado no DR 39, Série I-A de 2006-02-23/
Aprova o novo regime jurídico das armas e suas munições

«Artigo 42.º
Uso de armas de fogo
1 - Considera-se uso excepcional de arma de fogo a sua utilização efectiva nas seguintes circunstâncias:
a) Como último meio de defesa, para fazer cessar ou repelir uma agressão actual e ilícita dirigida contra o próprio ou terceiros, quando exista perigo iminente de morte ou ofensa grave à integridade física e quando essa defesa não possa ser garantida por agentes da autoridade do Estado, devendo o disparo ser precedido de advertência verbal ou de disparo de advertência e em caso algum podendo visar zona letal do corpo humano;
b) Como último meio de defesa, para fazer cessar ou repelir uma agressão actual e ilícita dirigida contra o património do próprio ou de terceiro e quando essa defesa não possa ser garantida por agentes da autoridade do Estado devendo os disparos serem exclusivamente de advertência.»

Um pacato cidadão que se encontrava deitado mais a sua consorte (ou sem sorte) mas que tem o sono leve, é alertado pelo leve ruído de alguém estranho dentro de casa. Pé ante pé, vai buscar a pistola, legalmente guardada dentro do cofre e devidamente legalizada e consegue surpreender o ladrão, de gorro e com uma espingarda de canos serrados, a remexer-lhe nos seus valores. Como cidadão cumpridor da lei dá um tiro de advertência para o teto.

PUM

O senhor ladrão matou-o. Não conhecia a lei…

segunda-feira, dezembro 14

Trânsito


Não será a melhor maneira de começar a semana, mas aproxima-se o Natal e por muito má que estejam as coisas e estão, as estradas vão estar cheias, normalmente com destino ao norte. Como alentejano sempre constatei que esta tradição da Consoada tem muito mais impacto entre as gentes nortenhas. Talvez porque a emigração sempre foi maior que no sul e aí temos os nossos compatriotas que lá fora e cada vez mais procuram o trabalho que aqui não têm, a engrossarem o trânsito rodoviário.

Infelizmente vai começar a “sangria” e ninguém faz nada, nunca fizeram, limitam-se a debitar números e estatísticas. Claro que os mortos que contam, são só os que o são no local do acidente. Mais uma maneira de tornear o problema. Dá a impressão que nem os sucessivos governos, nem a Justiça, estão verdadeiramente empenhados em resolver o problema da “batalha do trânsito”.

Um indivíduo atropela e mata um peão numa passadeira e depois foge. No dia seguinte apresenta-se às autoridades, é presente ao juiz e sai aguardando julgamento, mas mantendo a “licença para matar”, vulgo carta de condução.
Outro que pise um risco contínuo e seja apanhado pelos “caça-multas” fica com a carta apreendida.

Vale a pena continuar a “bater no ceguinho”?

sábado, dezembro 12

Sem comentários


Façam-nos vocês. Hoje é fim de semana...

sexta-feira, dezembro 11

Bjorn Lomborg


Bjorn Lomborg é o mais mediático “céptico” das alterações climáticas. Sete anos depois da sua primeira passagem por Lisboa, a Renascença voltou a entrevistar o professor dinamarquês de estatística que contesta o discurso corrente sobre as alterações climáticas.
Mais suave, reconhece agora que existe aquecimento global com causa humana. Mas continua a criticar as respostas globais a um problema menos urgente que a fome ou a escassez de água. Lamenta não ter debatido o tema com Al Gore e defende um acordo em Copenhaga. Mas não o que estará a ser negociado.

Renascença (RR) - Se bem percebo, já não contesta a existência do aquecimento global. Agora a sua tese é que o caminho para o travar é errado.
Bjorn Lomborg (BL) - Tornou-se uma expressão mediática - e muito porque todos nos preocupamos com o aquecimento global – e é magnífico para os políticos dizerem:
“eu vou salvar o planeta e vou fazê-lo reduzindo emissões de carbono!”. Mas repare nas letras pequeninas no rodapé desta promessa: todos os políticos dizem “eu vou fazer isto quando sair do Governo”. Vão fazê-lo em 2020, quando já não forem políticos. Ou em 2050, quando já cá não estiverem.
RR- Mas não é positivo definir metas de longo de prazo?
BL - Não há nada de mal. Mas é errado ter metas fantasiosas. E elas são fantasias basicamente porque não vamos lá chegar.
RR - A União Europeia pensa que sim…
BL - A União Europeia envolveu-se de forma tão intensa nesta discussão que, provavelmente, suportará as suas promessas. Mais ou menos conseguiram-no para o Protocolo de Quioto. E penso que é razoável concluir que vamos gastar centenas de milhares de milhões de euros para chegar a essas metas. Portanto, nós quase vamos conseguir. Apesar de irmos fazer uma data de truques de contabilidade e uma série de coisas para tudo parecer bonito.
RR - Obama também tem uma lei climática no Senado...
BL - Mesmo que a aceitemos pelo seu valor facial e que toda a gente siga o exemplo da Lei Waxman-Markey (nome da lei aprovada na Câmara dos Representantes e em debate no Senado), os modelos de estimativas mostram que mesmo que o façamos – o que é fantasticamente improvável – incluindo os chineses e os indianos, o resultado líquido será uma redução de temperatura no final do século de… 0,22 graus centígrados. Estou, simplesmente, a questionar um calendário que custa uma enorme quantidade de dinheiro e que é incrivelmente improvável que aconteça. Mesmo que se concretize e que tudo se conjugue nesse sentido, ainda acabaríamos por fazer muitíssimo pouco pelo futuro, mesmo que em cem anos.
RR - Alguma vez discutiu as Alterações Climáticas com Al Gore?
BL - Al Gore não quer debater comigo.
RR - Porquê?
BL - Terá que lhe perguntar…
RR - E debateria com ele?
BL - Claro! Mas para ir ao ponto: ele ia ter uma entrevista com o maior jornal dinamarquês. Eles avisaram-no que eu ia estar presente. E a resposta foi “não, a entrevista está cancelada”. Eles disseram “tudo bem, então não vamos trazê-lo”. E do outro lado disseram “a entrevista continua cancelada porque vocês falaram com o Bjorn Lomborg”. Numa outra ocasião, fiz uma apresentação conjunta com Al Gore num seminário da BBC para 1500 funcionários. E o staff de AlGore deu uma ordem especifica para eu ficar fora da sala até ele sair.
RR - Acha que de Copenhaga pode sair um acordo?
BL - Nós precisamos, de facto, de um acordo internacional sobre aquecimento global. É um bem público e precisamos de um acordo público para lidar com ele. Mas espero que, se toda a gente previr que a estratégia corrente de prometer cortes que não conseguimos cumprir levará a um falhanço - se o percebermos a tempo - há a possibilidade de encontrarmos uma estratégia muito mais inteligente que passa por investir em Investigação e Desenvolvimento, em tecnologias energéticas verdes, para garantir que no futuro teremos tecnologias mais baratas.

(in “Página 1” de 10/12/2009)

quarta-feira, dezembro 9

Mais impostos?


Será que alguém em Portugal aguenta pagar mais impostos?
Será possível que, depois de tudo o que se tem dito aos portugueses para ganhar eleições, agora lhes seja dito que não há outra solução senão, mais tarde ou mais cedo, aumentar impostos?
Mas, afinal, não é o Primeiro-ministro que jura a pés juntos que os problemas que agora vivemos, só têm a ver com a crise internacional que se abateu sobre a nossa cabeça?
E não é verdade que a tal crise já está a passar na maior parte das economias ocidentais?
Então, com que argumento nos vêm agora pedir mais impostos?
Não nos tinha garantido José Sócrates que estava para nascer um Primeiro-ministro que tivesse feito mais pela nossa economia?
Infelizmente, a conta bancária dos portugueses - dos que ainda a têm - não está em condições de
confirmar os dotes do Primeiro-ministro.

(Raquel Abecasis, in “Página 1” de 30/11/2009)

Será que a nossa política económica se reduz a um assalto contumaz ao bolso do contribuinte? Melhor dizendo da QUASE totalidade dos contribuintes.
Porque é que o Governo, em vez de vir lamuriar a aprovação pela Oposição dos 13 diplomas que, entre outras benesses, adiam o novo Código Contribuinte e prometem suspender, ou até extinguir, o “admirável pagamento especial por conta” uma espécie de saque fiscal antes do tempo, não repensa as suas despesas e a forma como atrapalha ou condiciona a livre criação de riqueza entre nós?

Marcelo Rebelo de Sousa diz que o país “está sem Governo há mês e meio”.
No seu habitual espaço das noites de domingo, na RTP, Marcelo defendeu que “José Sócrates está baralhado” e preocupado “com outras coisas”, que não a governação do país.
No rescaldo do chumbo do Código Contributivo, na Assembleia da República, Marcelo conclui que Sócrates “não tem muito espaço de manobra” e não sabe, nesta altura, se há-de acelerar para eleições antecipadas ou esperar para ver se consegue recuperar.

terça-feira, dezembro 8

Perguntas e respostas sobre alterações climáticas


O que são as “alterações climáticas”?

Referem-se a todas as alterações significativas nas medições de variáveis do clima - como a temperatura, a precipitação ou o vento – em períodos de tempo prolongados.

O “aquecimento global” é apenas uma dessas alterações?

Sim, embora muitas vezes as expressões surjam (erradamente) como sinónimos. O aquecimento global corresponde a um aumento da temperatura média à superfície e na troposfera.

As alterações climáticas são causadas pela actividade humana?

As alterações climáticas podem ter origem em factores naturais (como a intensidade do Sol), processos naturais no próprio sistema climático (como a circulação de correntes oceânicas) ou actividades humanas. Estas podem afectar a composição da atmosfera (através da queima de combustíveis fósseis) ou da superfície terrestre (através de desflorestação, urbanização, etc.). Os cientistas do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas acreditam que é “muito provável” (corresponde a 90% de confiança) que as emissões de gases com efeito de estufa provocados pelas actividades humanas tenham causado a maioria do aumento observado das temperaturas médias globais desde meados do século XX.

Quais são os principais gases com efeito de estufa (GEE)?

Gases como o vapor de água, o dióxido de carbono (CO2), o ozono ou o metano (CH4) compõem apenas 1% da atmosfera, mas funcionam como um telhado de vidro de uma estufa, retendo a radiação solar reflectida e o calor no planeta. Só que esse “tapete” de gases está a ficar cada vez mais espesso, com CO2 a mais (proveniente da queima de petróleo, carvão e gás natural), metano e óxido nitroso (N2O) adicional com origem na agricultura e outros gases industriais persistentes que não existem naturalmente na atmosfera.

A Terra está a aquecer assim tanto?

Sim, a julgar pela avaliação do IPCC. Os cientistas consideram que essa é uma conclusão “inequívoca”. A concentração de CO2 e de metano ultrapassa de longe os seus níveis naturais dos últimos 650 mil anos, tendo aumentado a um nível “muito provavelmente” sem precedentes nos últimos 10 mil anos.

Que impactos poderá provocar?

A este ritmo, a temperatura média global deverá subir entre 1,8 graus e quatro graus centígrados até 2100. Se as emissões de GEE continuarem neste ritmo, é previsível um aumento de 0,2 graus por década. Um tal aumento de temperatura leva a um risco acrescido de extinção de espécies animais. Os mares e oceanos poderão ficar mais ácidos. O nível do mar poderá subir entre 0,1 metros a 0,9 metros. Poderão ocorrer secas, cheias e ondas de calor com mais frequência e intensidade. A água poderá faltar em zonas já semi-áridas.

Esses efeitos já são visíveis?

Os cientistas são muito cautelosos quando associam eventos extremos da actualidade às alterações climáticas. Para além dos efeitos descritos no relatório do IPCC de 2007, há já múltiplos sinais de alarme para a comunidade científica.

De que forma Portugal é afectado?

O impacto foi estudado no projecto SIAMM. A costa portuguesa poderá sofrer com uma possível subida do nível do mar. Até ao fim do século, pode ocorrer uma diminuição da precipitação que pode ser superior a 30% no sul do país. Poderão surgir dias muito quentes com mais frequência. Mais secas e cheias poderão ser observados.

(Keld Navntoft, in “Página 1” de 07/12/2009)

sábado, dezembro 5

Empregadas domésticas


Até uma certa idade, a pessoa, ou o casal, lá se vão desembaraçando sozinhos e até é preferível, pois estão mais à vontade. Depois, quando os dois começam a trabalhar, situação que infelizmente cada vez é mais rara, recorrem às firmas de limpeza, onde até aqui buscavam emprego praticamente só as imigrantes. É uma situação em que sob o ponto de vista financeiro, se paga caro pelo serviço, sem que quem trabalha saia beneficiado, antes pelo contrário.

Mas, quando se envelhece, ou a saúde não é muita, são indispensáveis. É então que, quem mora pelos bairros lisboetas, recorre aos conhecidos e sempre encontra empregadas domésticas que, não raro, têm cinco patrões em cujas casas trabalham a meio dia, ou ao dia inteiro. Depende sobretudo da capacidade financeira dos mesmos, normalmente pequena, pois vivem das suas reformas e até por vezes necessitam da ajuda financeira dos filhos, cada vez menos possível.

Isto vem a propósito de há uns meses largos, ter lido por aqui um artigo sobre a exploração a que essas empregadas estavam sujeitas, o que é uma “meia verdade”, como digo em cima.

Fazendo as contas ao dinheiro que uma empregada doméstica, trabalhando em 5 casas em regime de meio dia, cheguei à conclusão que a mesma, neste mês de Natal, leva para casa cerca de 7.00€.

Nada mau, hein!

Talvez isto dê para compreender o afluxo aos hiper-mercados, à neve na Serra da Estrela, aos “mega-concertos” com lotações esgotadas a um ano de distância…

quinta-feira, dezembro 3

Inventar a roda


O diagnóstico está feito, embora novas falhas da justiça portuguesa continuem a surgir. A justiça não funciona em Portugal. Não é só o arrastar dos processos. Nem a clara diferença, na prática da
justiça, entre quem tem poder e os outros. Nem, ainda, a violação sistemática do segredo de justiça. São também as suspeitas de politização do aparelho judiciário.
Sem um sistema de justiça eficaz e credível não há Estado digno desse nome, muito menos democracia. Também não há investimento empresarial. Mais grave, os direitos fundamentais de muita gente são ignorados.
Se tudo isto é sabido, porque não se mudam as coisas? O que é algo muito diferente de alterar leis ao sabor das circunstâncias.
Já se organizaram conferências e congressos sobre justiça, mas os
progressos são nulos. Afinal, em inúmeros países existem sistemas de justiças que funcionam. Não é preciso inventar a roda, já está inventada. Falta vontade política para mudar. E, tendo falhado as corporações da justiça, terão de ser os políticos eleitos pelos cidadãos a dar a volta a este cancro nacional.

(Francisco Sarsfield Cabral, Jornalista, in “Página 1” de 02/12/2009)

terça-feira, dezembro 1

Eu conheço um país…


“Eu conheço um país que tem uma das mais baixas taxas de mortalidade mundial de recém-nascidos, melhor que a média da UE.
Eu conheço um país onde tem sede uma empresa que é líder mundial de tecnologia de transformadores.
Eu conheço um país que é líder mundial na produção de feltros para chapéus.
Eu conheço um país que tem uma empresa que inventa jogos para telemóveis e os vende no exterior para dezenas de mercados.
Eu conheço um país que tem uma empresa que concebeu um sistema pelo qual você pode escolher, no seu telemóvel, a sala de cinema onde quer ir, o filme que quer ver e a cadeira onde se quer sentar.
Eu conheço um país que tem uma empresa que inventou um sistema biométrico de pagamento nas bombas de gasolina.
Eu conheço um país que tem uma empresa que inventou uma bilha de gás muito leve que já ganhou prémios internacionais.
Eu conheço um país que tem um dos melhores sistemas de Multibanco a nível mundial, permitindo operações inexistentes na Alemanha,Inglaterra ou Estados Unidos.
Eu conheço um país que revolucionou o sistema financeiro e tem três Bancos nos cinco primeiros da Europa.
Eu conheço um país que está muito avançado na investigação e produçãode energia através das ondas do mar e do vento.
Eu conheço um país que tem uma empresa que analisa o ADN de plantas e animais e envia os resultados para toda a EU.
Eu conheço um país que desenvolveu sistemas de gestão inovadores de clientes e de stocks, dirigidos às PMES.
Eu conheço um país que tem diversas empresas a trabalhar para a NASA e a Agência Espacial Europeia.
Eu conheço um país que desenvolveu um sistema muito cómodo de passar nas portagens das auto-estradas.
Eu conheço um país que inventou e produz um medicamento anti-epiléptico para o mercado mundial.
Eu conheço um país que é líder mundial na produção de rolhas de cortiça.
Eu conheço um país que produz um vinho que em duas provas ibéricas superou vários dos melhores vinhos espanhóis.
Eu conheço um país que inventou e desenvolveu o melhor sistema mundial de pagamento de pré-pagos para telemóveis.
Eu conheço um país que construiu um conjunto de projectos hoteleiros de excelente qualidade mundial.
O leitor, possivelmente, não reconheceu neste país aquele em que vive...
PORTUGAL.”

(Nicolau Santos, Director - adjunto do Jornal Expresso, In Revista "Exportar")

Mas é verdade. Tudo o que leu acima foi feito por empresas fundadas por portugueses, desenvolvidas por portugueses, dirigidas por portugueses, com sede em Portugal, que funcionam com técnicos e trabalhadores portugueses.
Chamam-se, por ordem, Efacec, Fepsa, Ydreams, Mobycomp, GALP, SIBS,BPI, BCP, Totta, BES, CGD, Stab Vida, Altitude Software, Out Systems,We Do, Quinta do Monte d'Oiro, Brisa Space Services, Bial, Active space Technologies, Deimos Engenharia, Lusospace, Skysoft, Portugal Telecom Inovação, Grupos Vila Galé, Amorim, Pestana, Porto Bay e BES Turismo.
Há ainda grandes empresas multinacionais instalada no País, mas dirigidas por portugueses, com técnicos portugueses, de reconhecido sucesso junto das casas-mãe, como a Siemens Portugal, Bosch, Vulcano, Alcatel, BP Portugal e a Mc Donalds (que desenvolveu e aperfeiçoou em Portugal um sistema que permite quantificar as refeições e tipo que são vendidas em cada e todos os estabelecimentos da cadeia em todo omundo ) .
Porque é que esses técnicos e gestores tão bons não estão no governo?
Se calhar porque lhe pagam muito mais e como é normal, colocam os seus interesses pessoais acima dos colectivos.
Não acontece isso com alguns “gurus” da Política?

É este o País de sucesso em que também vivemos, estatisticamente sempre na cauda da Europa, com péssimos índices na educação, e gravíssimos problemas no ambiente e na saúde... do que se atrasou em relação à média UE...etc.
Mas só falamos do País que está mal, daquele que não acompanhou o progresso.
É tempo de mostrarmos ao mundo os nossos sucessos e nos orgulharmos disso.”

Porque é que só dizemos mal? Porque é que não propagandeamos o que temos e não o damos a conhecer pelo menos aos portugueses?
Será que a nossa política económica se reduz a um assalto contumaz ao bolso do contribuinte? Melhor dizendo da QUASE totalidade dos contribuintes.
Porque é que o Governo, não repensa as suas despesas e a forma como atrapalha ou condiciona a livre criação de riqueza entre nós?