quinta-feira, agosto 16

O acordo ortográfico


“Acordo”, mas qual acordo? Dos 8 países que falam a língua portuguesa só 3 o ratificaram.
“Minha pátria é a língua portuguesa” escreveu Fernando Pessoa.

Vasco Graça Moura, director do CCB, veio a público afirmar que não o utilizará.
Miguel Sousa Tavares tem 4 livros seus editados no Brasil e por expressa vontade sua “com o português que aqui se fala e que é o nosso.”

A RTP1 tem um nocivo programa intitulado: “Assim se fala em bom português”, deveria ser: “Assim se fala em MAU português”.
Já me apareceu sublinhado a vermelho: director. Que se lixem.

terça-feira, agosto 7

Doze medalhas olímpicas “made in Alentejo”

No final das regatas em Eaton Dorney, no sábado, 4, na habitual confraternização entre atletas e treinadores de diferentes nações, dois portugueses eram efusivamente cumprimentados por muitos dos remadores com medalhas penduradas ao pescoço. Luís Ahrens Teixeira e Pedro Alte da Veiga retribuíam as saudações e felicitavam-nos, como se estivessem a encontrar velhos amigos, mas também como se sentissem em parte também responsáveis pelas conquistas daqueles títulos desportivos.

"Pelas nossas contas, 'temos' 12 medalhas, seis das quais de ouro", contabiliza Luís Ahrens Teixeira, 38 anos, referindo-se a uma competição que, nas várias classes e nos dois sexos, distribuiu 42 medalhas, 14 delas de ouro. E a que se referem essas contas? Ao atletas da Grã-Bretanha e da Dinamarca, entre outros, que passaram largas temporadas, no último ciclo olímpico, a estagiar na barragem do Maranhão, em Aviz, instalados no hotel que, durante anos como atleta de remo, Luís Ahrens Teixeira foi idealizando e que o seu amigo e arquiteto Pedro Alte da Veiga, 39 anos, fez sair do estirador para um terreno mesmo junto ao curso de água.
O resultado de tudo isto materializou-se na Herdade da Cortesia, um hotel de 4 estrelas com capacidade para albergar até 60 atletas, e na criação da Avizaqcua, uma empresa capaz de fornecer tudo o que uma equipa de alta competição de remo necessita para treinar. Em especial, nos longos meses de inverno, quando é praticamente impossível remar em muitos países do centro e norte da Europa, porque os lagos e as albufeiras ficam gelados.

"A zona de Avis é considerada, por todos, uma das melhores do mundo para a prática de remo. O plano de água é extraordinário e, portanto, só precisávamos de trabalhar bem para trazer cada vez mais atletas para o local", explica Luís Teixeira, que lembra que os dinamarqueses foram dos primeiros a procurar aquela zona, alojando-se, então, nas pensões da região.
Com uma experiência de longos anos no remo, em que chegou a participar em nove campeonatos mundiais em representação de Portugal, Ahrens Teixeira sabia exatamente quais as necessidades de um atleta de alta competição e o que precisava de ser feito. Com base nessas ideias, Pedro Alte da Veiga desenhou um complexo adequado às especificidades de um verdadeiro centro de treino para atletas de alto rendimento. "A isto, acrescentámos um serviço especializado em que tudo funciona à medida das necessidades dos desportistas. Eles não precisam de se preocupar com mais nada, a não ser em treinar."

A Câmara de Aviz também tem ajudado ao projeto, tendo financiado a instalação de uma pista de remo, com dois quilómetros, na albufeira da barragem do Maranhão, criando ainda melhores condições de treino.
A grande mágoa dos dois amigos e mentores do projeto reside no facto de aquelas instalações "serem utilizadas pelas grandes seleções do mundo, menos pela portuguesa."

"O Pedro Fraga e o Nuno Mendes sempre que foram lá treinar foi a nosso convite e às escondidas, para não terem mais problemas com a Federação de Remo", afirma Luis Ahrens Teixeira, lamentando essa situação e elogiando a coragem e a dedicação dos dois remadores portugueses que conquistaram o 5.º lugar nos Jogos Olímpicos: "Eles estão muito acima da realidade do desporto português. E se tivessem uma boa estrutura a apoiá-los teriam discutido, na final, a medalha de ouro com os dinamarqueses. Assim, o que eles fizeram é muito mais do que aquilo que lhes têm proporcionado."
"O grande problema é que, em Portugal, os remadores remam para um lado e há depois outras pessoas a remar ao contrário. A Federação de Remo não está vocacionada para o alto rendimento", acusa. E lamenta, novamente, que Pedro Fraga e Nuno Mendes estejam impossibilitados de ir treinar para a fábrica de medalhas "made in Alentejo", à semelhança do que fazem britânicos, suecos, dinamarqueses e até neo-zelandeses. "Ali, eles teriam hipóteses de treinar, dia a dia, com os melhores do mundo. É o que os outros fazem e, por isso, ganham medalhas."

sexta-feira, agosto 3

PONHAM AQUI OS OLHOS

Isto é o que fez o François Hollande (não palavras ... atos) ... em 56 dias no cargo:

- Suprimiu 100% dos carros oficiais e mandou que fossem leiloados; os rendimentos destinam-se ao Fundo da Previdência e destinam-se a ser distribuídos pelas regiões com maior número de centros urbanos com os subúrbios mais ruinosos.
- Tornou a enviar um documento (doze linhas) para todos os órgãos estaduais que dependem do governo central em que comunicou a abolição do "carro da empresa" provocativa e desafiadora, quase a insultar os altos funcionários, com frases como "se um executivo que ganha € 650.000/ano, não se pode dar ao luxo de comprar um bom carro com o seu rendimento do trabalho, significa
que é muito ambicioso, é estúpido, ou desonesto. A nação não precisa de nenhuma dessas três figuras " . Fora os Peugeot e os Citroen. 345 milhões de euros foram salvos imediatamente e transferidos para criar (a abrir em 15 ago 2012) 175 institutos de pesquisa científica avançada de alta tecnologia, assumindo o emprego de 2560 desempregados jovens cientistas "para aumentar a competitividade e produtividade da nação."
- Aboliu o conceito de paraíso fiscal (definido "socialmente imoral") e emitiu um decreto presidencial que cria uma taxa de emergência de aumento de 75% em impostos para todas as famílias, líquidas, que ganham mais de 5 milhões de euros/ano. Com esse dinheiro (mantendo assim o pacto fiscal) sem afetar um euro do orçamento, contratou 59.870 diplomados desempregados, dos quais 6.900 a partir de 1 de julho de 2012, e depois outros 12.500 em 01 de setembro, como professores na educação pública.

- Privou a Igreja de subsídios estatais no valor de 2,3 milhões de euros que financiavam exclusivas escolas privadas, e pôs em marcha (com esse dinheiro) um plano para a construção de 4.500 creches e 3.700 escolas primárias, a partir dum plano de recuperação para o investimento em infra-estrutura nacional.-
- Estabeleceu um "bónus-cultura" presidencial, um mecanismo que permite a qualquer pessoa pagar zero de impostos se se estabelece como uma cooperativa e abrir uma livraria independente contratando, pelo menos, dois licenciados desempregados a partir da lista de desempregados, a fim de economizar dinheiro dos gastos públicos e contribuir para uma contribuição mínima para o emprego e o relançamento de novas posições sociais.

- Aboliu todos os subsídios do governo para revistas, fundações e editoras, substituindo-os por comissões de "empreendedores estatais" que financiam ações de atividades culturais com base na apresentação de planos de negócios relativos a estratégias de marketing avançados.
- Lançou um processo muito complexo que dá aos bancos uma escolha (sem impostos): Quem proporcione empréstimos bonificados às empresas francesas que produzem bens recebe benefícios fiscais, quem oferece instrumentos financeiros paga uma taxa adicional: é pegar ou sair.

- Reduziu em 25% o salário de todos os funcionários do governo, 32% de todos os deputados e 40% de todos os altos funcionários públicos que ganham mais de € 800.000 por ano. Com essa quantidade (cerca de 4 milhões) criou um fundo que dá garantias de bem-estar para "mães solteiras" em difíceis condições financeiras que garantam um salário mensal por um período de cinco anos, até que a criança vai à escola primária e três anos se a criança é mais velha. Tudo isso sem alterar o equilíbrio do orçamento.

É PENA ISTO NÃO CHEGAR À MANTA ROTA…

quarta-feira, agosto 1

Vale a pena estudar?

Vale a pena os pais sacrificarem-se até ao impossível para os filhos tirarem um curso superior e estes estudarem ao máximo para o poderem concluir? Acho que não. A filha de um amigo meu fez o curso secundário sempre com 5 e depois 20 a matemática. Por motivos que não vêm para o caso tirou um curso “mijaruca” , de que ela gostava, mas sem futuro  e continua no desemprego.

A economia paralela é um facto e este Governo não consegue acabar com ela. Não é a pedir uma fatura por um café que se vende por €0.50 que se resolve o problema. Se bater com o carro e tiver  de pagar o conserto, se comprar vestuário ou for a um restaurante com a família, aí sim, peço fatura. Mas se tiver de chamar um canalizador de um dos inúmeros cartões que me deixam na caixa do correio vejo-me logo confrontado com a seguinte resposta: o conserto é X mas se quiser fatura é X+Y. Que faz o leitor?

As senhoras idosas são obrigadas, por não poderem fazer as coisas, a ter uma empregada doméstica. Normalmente contratam alguém que trabalha para pessoa amiga e assim a empregada recebe de várias pessoas para quem trabalha, mas para efeitos de descontos só se inscreve como se trabalhasse para uma, das outras exige que lhe paguem em dinheiro, nada de cheques. Claro que de todas recebe o 13º e o 14º mês. Muitas vezes a senhora em questão terá de recorrer a uma dessas agências de limpeza (para as quais trabalham principalmente imigrantes do Leste) que as exploram.

Mais ou menos é o que acontece com os médicos e enfermeiros inscritos em agências de emprego e que se vêm obrigados a trabalhar por horas em paridade económica com as empregadas domésticas. Vale a pena estudar? Quem tem dinheiro são os “biscateiros” (eletricistas, canalizadores, pedreiros, pintores, serralheiros …).